Kalyne Menezes.
Quem pegar minha playlist do Spotify certamente vai achar meu gosto musical um tanto eclético, ou quem sabe misturado demais. Mas o que ninguém sabe – exceto provavelmente a inteligência artificial – são as poucas músicas dentro as quase 2 mil que ficam no replay. Tem fases que ouço uma duas ou três faixas, repetidamente.
E me perco – e me encontro – naquelas músicas. É como se elas tirassem lá do fundo da minha alma todo meu sentimento e sensações. Às vezes é apenas sobre um ritmo, uma sonoridade que pega. Parece que a minha alma dança aquele acorde, por alguma razão que desconheço. E aí o corpo todo quer balançar naquele ritmo bom.
É fácil perceber como a melodia vai de encontro ao meu íntimo, me fazendo pensar e sentir sensações únicas, que quase nenhuma palavra ou expressão é capaz de fazer. Mas, na música, tudo ganha forma e sentido. É um hino para a alma. Me pergunto, às vezes, como pode uma letra escrita por alguém dizer tanto a várias pessoas ao mesmo tempo. Nos identificamos pela música, por alguma razão o barulhinho bom já nasce dentro de nós.
Sempre me lembro daquele filme, “O Som do coração”. Tem uma parte em que o garoto, um dos protagonistas, sai do orfanato “perseguindo” os sons que ouve. E nisso ele encontra sonoridade bonita em tudo, desde um instrumento musical até nos sons do dia a dia, como de ônibus, fios da rede elétrica, natureza misturada com a vida concreta na cidade.
Música para ouvir
Há música para relaxar, outras pra levantar o astral. Tem aquelas que ouvimos quando estamos tristes, mas que não recomendo muito que é pra não nos afogarmos em tristeza. Tem aquelas que mesmo com o passar dos anos continuam eternas, sempre nos fazendo recordar momentos bons. Tem as que ouvimos em ocasiões especiais, como dia das mães ou dos pais. E tem aquelas que ouvimos um tempo e depois esquecemos, como um hit de verão que fez muito sucesso e depois esgotou-se.
Não importa a música, a letra, o ritmo. A trilha sonora da nossa vida sempre será única, mesmo que a gente tenha gostos parecidos com outras pessoas. Porque o sentimento que uma música desperta na gente só a gente sente. Eu tive uma professora que falava que se a vida fosse um filme tocaria música nas principais cenas. E eu acho que toca, seja o som de um passarinho ou um barulhinho, lá no fundo. A música é, antes de tudo, divina. Por isso casa tão bem com tantos aspectos da nossa vida. E nisso está a beleza de uma trilha sonora própria, seja ela eclética ou não.
É só ligar o som.