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Por aí. /Ponto de Vista.

Uma releitura sob um novo olhar no clássico “A pequena sereia”

7 de agosto de 2020
Uma releitura sob um novo olhar no clássico “A pequena sereia”

Bruna Kuchenbecker

“Tudo parecia calmo e comum na superfície… Mas, no fundo, era o início de uma revolução.”

Gaia é a sereia caçula de seis filhas do Rei dos Mares, dentre todas é a mais bela e a que possui a melhor voz para o canto. E ela sonha em ser livre de todas as maneiras que uma sereia pode ser, até porque no reino em que vive as mulheres são silenciadas de várias formas. Aos 12 anos ficou prometida a Zale, um tritão ambicioso muito mais velho e que tem sede de poder. Quando finalmente completou 15 anos, pôde nadar até a superfície e conhecer de maneira discreta o mundo curioso dos humanos, afinal sua mãe teve tamanha curiosidade que acabou sendo capturada pelos humanos. Bom, pelo menos é o que sua avó Thalassa e seu pai contam. No dia em que ela vai até a superfície, algo desperta dentro dela ao ver, escondida em uma pedra, Oliver, um garoto belo de pele escura que ela salva das Salkas (mulheres humanas que viraram sereias e que matam humanos). O que ela não sabia é que para ter as tão desejadas pernas para Oliver se apaixonar por ela, ela teria de dar algo em troca para a Bruxa do Mar, ou melhor, Ceto.

 “É seu pai que tem insistido em me chamar de ‘bruxa’. Este é simplesmente um termo que os homens dão às mulheres que não têm medo deles, às mulheres que se recusam a submissão.”

E ela não esperava que essa troca em busca de sua liberdade fosse ser tão dolorosa e que poderia finalmente descobrir a verdade sobre a morte de sua mãe.
  • Eu amei esse livro por se tratar de uma releitura feminista do conto de fadas “A pequena sereia” e ele já me ganhou nas primeiras páginas com o prefácio das editoras. Além disso, é um espelho nítido da sociedade em que vivemos.
  • Vemos o silenciamento das sereias – mulheres – na maneira como devem se comportar em regras regidas por homens: se encaixar em um padrão de beleza, largar os estudos, não almejar coisas, o casamento vale mais que o direito de fala, etc.

“[…] mostra como, em um reino comandado pelo patriarcado, ter uma voz é arriscado. Mas também como querer usá-la é uma atitude extremamente poderosa. Ainda mais em tempos sombrios.”

E é com esse quote que eu instigo você a ler esse livro, vale muito a pena!
Bruna Kuchenbecker

Bruna Kuchenbecker é natural de Belo Horizonte, cidade de Minas Gerais, e aos quinze anos escreveu sua primeira obra que leva o título de "O que os olhos não veem as memórias contam", tendo sido publicada em 2017 pela editora Livro Novo. Atualmente, é graduanda de Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás e autora de mais um livro que leva o título de "Corpos Dançantes", além de um conto publicado na Antologia Sex Drive da Rico Editora. É revisora freelancer e desde o dia em que se descobriu como escritora e o poder de conforto das palavras, tomou a escrita como um refúgio e compartilha seus escritos em seu blog e em seu perfil literário no Instagram.

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