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Por aí. /Ponto de Vista.

“Um caminho para a liberdade”, a história da biblioteca itinerante que mudou vidas!

O poder dos livros e o poder da união feminina vão te conquistar nessa nova história da Jojo Moyes!

7 de julho de 2020
“Um caminho para a liberdade”, a história da biblioteca itinerante que mudou vidas!

Olá, leitores queridos! Como vocês estão hoje?

Os amantes de livros irão amar essa dica de hoje sobre o livro “Um caminho para a liberdade” da queridinha Jojo Moyes! E para aqueles que não conhecem a autora, eu aconselho começar a leitura por este livro.

“Um caminho para a liberdade” é um livro baseado em eventos reais, especificamente na Pack Horse Library, que era uma biblioteca itinerante que funcionava a cavalo e que perdurou pelos anos de 1935 a 1943. O livro se passa no leste de Kentucky, estado americano, onde um grupo de cinco mulheres deram suas forças e suas energias para estarem levando a literatura para as regiões mais remotas, pobres e de mais difícil acesso.

Logo no início do livro nós somos apresentados a Alice, uma jovem moça britânica que acaba por envergonhar sua família e com isso eles decidem que vão manter ela afastada, somente dentro de casa. Porém, durante um festival de primavera, ela conhece um jovem americano, Bennete, e vê uma oportunidade de mudança de vida e de viver novas aventuras em um novo país ao se casar com ele. Mas Alice não sabia que estaria trocando uma prisão domiciliar por outra, afinal suas opiniões pouco importavam para o marido e para o sogro. A única maneira de ter um casamento no mínimo próximo seria se manter calada. Assim ela se depara com uma região e com uma sociedade extremamente machista, patriarcal e tradicional. No decorrer da leitura vemos expectativas diferentes em relação ao casamento, pois Alice acha que o casamento será uma nova aventura enquanto que Bennete acredita que um bom casamento é uma relação em que a esposa é apenas uma dona de casa. Para a nossa surpresa, Alice não está interessada em ser esse tipo de pessoa e sua esperança renasce quando, durante uma reunião do condado, ela se voluntaria para a biblioteca.

Um caminho para a liberdade.

O livro se passa especificamente em 1937, então o projeto da biblioteca já está ativo, porém precisa de voluntárias, seja para costurar as edições que acabam por voltar desgastadas (faltando páginas, com capas rasgadas), para tirar poeira ou simplesmente para catalogar os livros. É aí que somos apresentados a Margery, que durante essa reunião está a procura por voluntárias. Margery é uma mulher completamente livre, que ama cavalgar levando os livros até as pessoas. Porém ela sofre com alguns traumas da infância repleta de violência, e foi durante esse período que ela percebeu os livros como um refúgio para escapar dessa realidade. Além disso, ela acaba descobrindo algumas coisas sobre a mineradora Hoffman (um outro ponto trabalhado dentro da narrativa) e com isso causa um pouco de confusão com alguns homens importantes da cidade.

Além delas, há a Izzy, a mais jovem entre elas, que é uma mocinha que tem uma deficiência física e que sofreu com isso ao longo da vida. Agora, ela tenta superar alguns traumas e alguns medos ao se voluntariar para a biblioteca também. Betty, a única mulher entre vários irmãos, está sempre muito bem humorada e com o sarcasmo na ponta da língua! Infelizmente elas não são personagens muito exploradas dentro do livro.

A última, mas não menos importante, é a Sofia. Uma mulher negra que precisou largar tudo para poder cuidar do irmão que está debilitado por conta de um acidente em uma das mineradoras. Como mulher negra, dentro dessa sociedade antiquada, ela não pode trabalhar normalmente junto com as outras voluntárias porque ela não pode ser vista entrando em uma biblioteca de brancos, afinal nessa época havia uma grande segregação entre brancos e negros. Então ela trabalha escondida apenas durante a noite costurando algumas edições. Mas ela foi a grande responsável por encaminhar Margery para o mundo dos livros!

Então, juntas, esse grupo de cinco mulheres embarcam na aventura que é levar a literatura e a educação para as regiões mais remotas que ainda se recupera da Grande Depressão. Essas mulheres acordam antes do sol nascer e voltam somente no fim do dia, cavalgam por rotas difíceis, enfrentando obstáculos, animais e condições climáticas. Mesmo aqueles que não sabem ler, por falta de acesso ou por falta de dinheiro, elas incentivam da mesma forma. Um exemplo disso é um casal em que o marido está acamado e sua esposa não tem mais tempo para ler para ele devido a ter que fazer todos os trabalhos que o marido fazia além das obrigações que já tinha, então a Alice começa a ler para ele. Quanto as crianças, elas levam livros com figuras ou com letras maiores para que eles possam desenvolver a leitura de uma maneira mais didática e dinâmica.

Esse é um livro que vai falar sobre livros, mas também vai trazer pautas importantes como a violência doméstica (vamos ver na história da Alice), a violência moral e a violência racial (na história da Sofia).

Você que já conhece a autora, deve estar se perguntando: “esse livro tem romance?”. Sim, tem. Pinceladas e pitadas de romance, mas esse não é o foco. Veja o exemplo desse quote: ” – Mas não é apenas a liberdade de agir sem ter que pedir permissão, é uma liberdade na minha cabeça, é saber que não devo prestar contas a ninguém, que posso ir para onde eu quiser, fazer o que quiser, dizer o que quiser. Amo você, Sven. Mas amo você enquanto mulher livre.”

Então se for para resumir esse livro em uma única palavra seria: sororidade. Pois é um livro que traz a amizade entre mulheres, a união entre as mulheres e o poder feminino. É de longe a obra mais política da Jojo Moyes!
Espero que eu tenha instigado vocês a lê-lo! Beijos de luz e que você faça muitas e boas leituras!

Bruna Kuchenbecker

Bruna Kuchenbecker é natural de Belo Horizonte, cidade de Minas Gerais, e aos quinze anos escreveu sua primeira obra que leva o título de "O que os olhos não veem as memórias contam", tendo sido publicada em 2017 pela editora Livro Novo. Atualmente, é graduanda de Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás e autora de mais um livro que leva o título de "Corpos Dançantes", além de um conto publicado na Antologia Sex Drive da Rico Editora. É revisora freelancer e desde o dia em que se descobriu como escritora e o poder de conforto das palavras, tomou a escrita como um refúgio e compartilha seus escritos em seu blog e em seu perfil literário no Instagram.

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