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Em vias de se tornar Patrimônio Imaterial de Goiás, Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros realiza 22ª edição

Programação acontece de 15 a 30 de julho, com vivências, shows, rodas de conversa, oficinas e a participação de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e artistas de todo o Brasil

11 de julho de 2022
Em vias de se tornar Patrimônio Imaterial de Goiás, Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros realiza 22ª edição

Fredox.

Após dois anos sem acontecer presencialmente, por conta das restrições da pandemia da Covid-19, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros volta com sua 22ª edição, de 15 a 30 de julho de 2022, realizado pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge. A programação conta com shows de Maria Gadú, Cordel do Fogo Encantando, do rapper Owerá, além de Glória Bomfim, Juçara Marçal e Kiko Dinucci, Pé de Cerrado, Tambores do Tocantins, Anelis Assumpção e Curumin, Zé Mulato e Cassiano e Höröyá. O encontro terá a participação das quatro comunidades tradicionais da região da Chapada dos Veadeiros, do Batuque de Ponto Chique (MG), do grupo Caiana dos Crioulos (PB) e do Terno de Moçambique do Capitão Júlio Antônio (MG). Também participam do evento as etnias Fulni-ô (PE), Kayapó Mebêngôkré (PA), Xavante (MT), Guarani Mbyá (SP/SC), Kariri Xocó (AL/DF), Krahô (TO) e da região do Alto Xingu (MT).

Boi do Seu Teodoro (Foto: Júlio César Abreu)

O encontro já se tornou tradição no calendário cultural da região da Chapada dos Veadeiros e no estado de Goiás, sempre na segunda quinzena do mês de julho, além de fazer parte da agenda de diversas etnias indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e artistas da cultura popular de todas as regiões do Brasil. No dia 1º de junho, o deputado goiano Coronel Adailton apresentou um projeto de lei que propõe o reconhecimento do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros como Patrimônio Imaterial de Goiás. O projeto foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Goiás para apreciação e, caso aprovado, vai ao Plenário para primeira votação.

ALDEIA MULTIÉTNICA

Foto: Fredox.

Primeira etapa do Encontro de Culturas, a Aldeia Multiétnica acontece de 15 a 22 de julho em uma área privada de preservação ambiental do Cerrado, a 20 km de Alto Paraíso de Goiás, com a participação de grupos dos povos Fulni-ô (PE), Kayapó Mebêngôkré (PA), Xavante (MT), Guarani Mbyá (SP/SC), Kariri Xocó (AL/DF), Krahô (TO) e da região do Alto Xingu (MT).

Com o tema “Territórios Etnoeducativos”, este ano a Aldeia chega à sua 14ª edição. O evento é uma oportunidade de imersão nas culturas das etnias indígenas, que mantêm e exercem tecnologias sociais, culturais e ambientais desenvolvidas há milhares de anos.

A vivência dura uma semana, com atividades que envolvem celebrações, cantos, rezas, culinária, ritos e pinturas tradicionais dos povos indígenas participantes. Os inscritos podem optar por duas modalidades: a de camping, em que ficam responsáveis pela acomodação individual, ou a da hospedaria, em quartos duplos compartilhados. Há opções de pacotes que já incluem alimentação. Também é possível realizar a visitação diária, de 16 a 22, das 14h às 18h.

SHOWS MARIA GADÚ, OWERÁ E CORDEL DO FOGO ENCANTADO

Finalizada a Aldeia, a segunda etapa do XXII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros continua no espaço da Aldeia Multiétnica. No dia 23 de julho, Maria Gadú sobe ao palco com seu show “Quem sabe isso pode ser amor”. “Reverência à arte, à solidão, às novas experiências, ao novo, ao velho, ao eterno. Nesse projeto, homenageio, me arriscando em novas falanges da musicalidade, artistas que acompanham minha alma há muitos anos. Me arrisquei a executar instrumentos que nunca havia tocado antes, em canções que me provocam e embalam meu coração. Uma reverência solitária a toda essa esfera. Dedico especialmente este musical aos meus alicerces : Marisa Monte e Milton Nascimento”, relata Gadú.

No mesmo dia, se apresenta o rapper Owerá, indígena do povo Guarani Mbyá, da aldeia Krukutu, na zona sul de São Paulo. Owerá canta músicas sagradas do povo Guarani e faz o RAP para trazer a ancestralidade de seu povo ao público, conscientizando por meio da rima. Por meio do RAP Guarani, Owerá fala sobre a realidade que acontece nas aldeias indígenas.

No dia 24 é a vez do grupo Cordel do Fogo Encantado apresentar seu novo espetáculo, “Água do Tempo”, que narra sua trajetória criativa, celebrando suas principais entidades referenciais. No show, o Cordel reviverá seus primeiros fundamentos artísticos ligados à poesia e ao teatro. O grupo ainda atravessará suas descobertas de uma música inventiva, influenciada pela experiência com produtores musicais nos seus quatro discos autorais, como Naná Vasconcelos, Carlos Eduardo Miranda e Fernando Catatau. Por fim, o público poderá testemunhar a presença dos novos caminhos, na apresentação de duas músicas inéditas, novos textos, poesias e rearranjos dos clássicos da banda.

Os shows acontecem ao pôr do sol, em um cenário paradisíaco da Chapada dos Veadeiros, na Aldeia Multiétnica, rodeado pelas serras e com a energia dos povos indígenas presentes.

VILA DE SÃO JORGE

A partir do dia 25 e até 30 de julho, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros continua em sua casa, a Vila de São Jorge, porta de entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A vila ganha outras cores e sons durante os dias do Encontro, atraindo um público diverso de todo o Brasil, que chega para conhecer as culturas de comunidades tradicionais e quilombolas e para prestigiar uma programação rica e extensa de shows, rodas de conversa, cortejos e oficinas.

Congo de Perdões (Foto: Julio Cesar Abreu)

Participam as quatro comunidades tradicionais da região da Chapada dos Veadeiros, que deram origem ao Encontro de Culturas e marcam presença todos os anos: a Caçada da Rainha de Colinas do Sul, o Congo de Niquelândia, as comunidades do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga e as folias e festas de São João d’Aliança.

Também se encontrarão comunidades tradicionais de outros estados do Brasil, como o Batuque de Ponto Chique (MG), o grupo Caiana dos Crioulos (PB) e o Terno de Moçambique do Capitão Júlio Antônio (MG).

Artistas de renome nacional já estão confirmados, como Glória Bomfim, Juçara Marçal e Kiko Dinucci, Pé de Cerrado, Tambores do Tocantins, Anelis Assumpção e Curumin, Zé Mulato e Cassiano e Höröyá.

 

Foto: Fredox.

O tema da 22ª edição do Encontro é “Aquilombar-se”. Nas palavras do jornalista Joselicio Junior, “o aquilombamento é uma necessidade histórica, é um chamado, uma reconexão com nossa ancestralidade para atuar no presente. É construir esperança, é construir força, é construir sonho, é construir um futuro melhor!”. O tema norteia a curadoria dos shows, rodas de conversa e oficinas desta edição.

A programação de todo o XXII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros está sendo divulgada no site www.encontrodeculturas.com.br e www.aldeiamultietnica.com.br e no Instagram @encontrodeculturastradicionais e @aldeiamultietnica

 

SERVIÇO

 

XXII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

15 a 30 de julho de 2022

 

15 a 22 de julho: Aldeia Multiétnica

23 de julho: show Maria Gadú + show Owerá (Aldeia Multiétnica)

24 de julho: show Cordel do Fogo Encantado (Aldeia Multiétnica)

25 a 30 de julho: XXII Encontro de Culturas (Vila de São Jorge)

 

www.encontrodeculturas.com.br

www.aldeiamultietnica.com.br

Instagram: @encontrodeculturastradicionais e @aldeiamultietnica

 

Texto: Ana Paula Mota | Nádia Junqueira Ribeiro.

Redação Antes do Ponto Final

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