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I Mesa Redonda Sobre Vivências e Performances Drag debateu os desafios e o reconhecimento profissional da Arte Drag

1 de setembro de 2020
I Mesa Redonda Sobre Vivências e Performances Drag debateu os desafios e o reconhecimento profissional da Arte Drag

A “I Mesa Redonda Sobre Vivências e Performances Drag” ocorreu domingo, dia 30 de agosto, no formato on-line, proporcionando debate sobre os desafios e o reconhecimento profissional da Arte Drag.

O evento foi promovido pelo Grupo Drags Boulevard e pelo Laboratório de Estudos do Espetáculo e Artes da Cena – LACENA (EMAC/UFG), contando com a condução das Drag Queens Condessa Valeria Vaz e Alana Estevan, ambas do grupo Drags Boulevard. Elas expuseram suas percepções sobre o contexto atual das drags: qual a realidade daquelas que estão no teatro, na boate e/ou na faculdade, como são suas apresentações e como é comum que muitas desistam de sua arte, devido a falta de visibilidade.

Ravenna Misty, uma das Drag Queens de Goiânia, também esteve presente e falou sobre a possibilidade de existir um curso de formação direcionado para a Arte Drag. Para ela, um curso com esse perfil deveria abordar os fundamentos de várias áreas: interpretação cênica, maquiagem, costura, dentre outras. Ela também falou sobre sua experiência com a arte drag, suas experiências com as Drag Queens mais antigas. Ravenna também declarou que gostaria de ver mais união entre as artistas da área, o que ajudaria a melhorar a visibilidade da cena drag no estado.

Já para o artista Augusto Stefano, a necessidade de mais espaço para as drags é evidente, principalmente espaços que paguem pelas apresentações, o que se mostra fundamental para a profissionalização da performance drag.

Haroldo André, carioca que também atua na cena drag e está cursando doutorado na Espanha, traçou um esboço de sua trajetória artística e de como se tornou pesquisador acadêmico nesta área. O artista falou sobre sua pesquisa de mestrado, com recorte no panorama social das performances drag durante a ditadura militar brasileira e do andamento de sua investigação doutoral, que vem se concentrando no tema do transformismo. Incrível, não?
Em seguida, expôs seu ponto de vista sobre a arte e as artistas drag, focando principalmente na necessidade de uma representação associativa para as artistas.

A mesa também contou com a presença do professor e diretor de teatro Alexandre Nunes, coordenador do LACENA (EMAC/UFG), de Rogerio Araújo, da Gerência da Diversidade Sexual ligada a Superintendência de Direitos Humanos do Estado, de Norval Berbari, da Federação de Teatro do Estado de Goiás e de Regina Perri, produtora cultural. O professor Alexandre ressaltou a importância do evento e de haver desdobramentos a partir dele, dispondo-se a manter aberta a porta do laboratório que coordena na Universidade Federal de Goiás para ações de extensão como esta, e o ator Norval Berbari se dispôs a colaborar para a possível transformação do grupo Drags Boulevar numa associação voltado para as performances e vivências drag. Já Regina Perri enriqueceu a reunião com muitas memórias sobre as primeiras experiências de performance drag em Goiânia, na boate Jump, e de seu envolvimento com essa arte.

A II Mesa Redonda de Vivências e Performances Drag foi agendada o dia 27 de setembro, das 15h00 às 17h00, quando se espera amadurecimento das questões levantadas no primeiro encontro, para o planejamento de novas ações voltadas para o reconhecimento profissional e a visibilidade da arte drag no estado.

Se atentem, para participar também!

Caroline Ishida Date

Sou arqueóloga e desde 2015 produzo de conteúdo digital voltado principalmente para o universo de fanfics e a cultura japonesa, uma das minhas suas paixões. No projeto Antes do Ponto Final escrevo sobre música e poesia brasileira, assuntos que gosto muito, sobre a cultura geek em Goiás e os artistas transformistas de Estado.

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