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Quando se engole o amor

Essa foi só a do amor que se engole e mantém as doenças de amor próprio vivas na vida.

13 de agosto de 2020
Quando se engole o amor

Ela ouviu todo tipo de amor pela boca dos outros a vida toda. Por sua própria boca não podia dizer. Era daquelas que não tinha “sorte no amor”, como diz os ditos populares. Ocorreu em certa ocasião pensou ter sua sorte mudado. Conheceu o amor, era meio doente daquilo que ela realmente tinha de ideal. – Tudo bem, porque pra quem não tem nenhum amor, qualquer amor serve.

Se esforçou demais pra ser tudo perfeito. Sexualmente inexperiente não sabia o jeito certo de fazer as coisas. Não sabia nem defender o que queria pra si. Sempre ouvia os que sabiam amar e tinham “sorte no amor” falar que “engolia”. Não era bom nada o sexo com ele, mas ela resolveu que era amor o que teria com aquele ser.

Como uma criança ela não entendia nada de nada. Tinha cometido tantos desses erros de se deixar pra lá com outros “amores”, menos o próprio esse nunca estava. Doou-se tanto que se esgotou e quando pensou que não tinha mais nada pra dar o namoro esfriou. Ele quis terminar, lógico! Já tinha vivido todo o amor que ela poderia dar. E ele sabia que não era amor era nada.

Mas pra terminar conversaram mais uma vez e transaram mais uma vez. Era o desespero dela que fez com que ela engolisse. Porque algumas disseram que quem engole prende, jamais é esquecida. E pode ser pelas traições que recebera em outras relações, ou as concessões que sempre teve que fazer contra si, ela não podia perder. Dessa vez ganhou! Fez o certo.

Mas um corpo transando o amor no corpo de outro que era totalmente estranho. Ela engoliu o amor e ele ficou, como os outros diziam.
Adoecidos os dois. Ela amando a ninguém, nem a si e ele ao que ela engolia, na cama, na vida, nos dias dos dois.

Tem mais história dela por aí. Essa foi só a do amor que se engole e mantém as doenças de amor próprio vivas na vida.

Stella Agazio

Advogada, Escritora, Empresária, Professora. Mas nada disso me define! Sou uma curiosa na vivencia cotidiana, aprendendo todo dia a caminhar.

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