Era só mais um dia desses quentes que a gente fica na piscina pra refrescar. Aquele monte de gente em volta julgando um homem perdido de si e tentando tirar dele a pouca humanidade que lhe restava. Não há compaixão no julgamento. Todos estão com a sentença pronta!
– Fofoca mata, mata quem fala e espalha, mata quem está tendo a vida espalhada da forma que querem.
Ela advogou um pouco a causa dele nesse dia, mas percebeu que não valia a pena, esse tipo de mente está presa no pior que pode expressar sobre o outro.
Alguns julgamentos se misturam na vontade louca de saber mais informações da vida do outro, como se precisassem de mais provas no processo para baterem o martelo. A sentença é certa e enxuta: Já está condenado por ser quem se é e por viver como se vive.
Como se a esses “juízes” coubesse tal escolha, ou de fato soubessem o que é certo ou bom de fato pro outro.
Foi assim que se passou a tarde e que o sol se pôs. E as luzes passaram a dançar na água. Vermelha, azul, verde. A cabeça dela viajou, foi colocar sentimento nas cores enquanto suas mãos dançavam em baixo da água fazendo ondas, bolhas e trazendo vida.
Foi vermelho – frio, azul – quente e o verde – esperança, cada um num ritmo, de calma de vida, de vibração, de mudança de frequência do que está externo a ela.
A vida do outro é algo que ele deve lidar. As pessoas deveriam saber disso toda vez que querem inventar histórias ou espalhar as confissões que ouviram do outro.
Deixa a vida dele pra lá, cuida da sua!
A vida dela é dela, então ela dança com as mãos e sente na pele cada sensação das cores:
Vermelho – frio, azul – quente e o verde – esperança, cada um num ritmo de calma de vida, de vibração, de mudança de frequência do que está externo a ela, do que de fato é dela, do que não a pertence e do que não deve falar nem ouvir.
Nesse dia não puderam bater o martelo.
Sem exposições das confissões dele. Cessou-se por fim o assunto.
Não haverá condenações ali, ela fez a defesa!
Nesse dia mudou-se a frequência no ritmo que ela mesma seguiu com as cores: Vermelho – frio, azul – quente e o verde – esperança, cada um num ritmo de acalmar as vidas e endireitar sentidos para que vejam a si e deixem os outros serem quem quiserem ser.