Imagem de Pavel Jurča por Pixabay.
“O que nos prende aos lugares são as pessoas”, ouvi isso muito cedo. E passei a refletir. Que não importa se é uma metrópole ou um povoado, nossas raízes são alimentadas por pessoas. Aquelas que fazem a nossa vida ter um sentido, aquelas – do seu sangue ou não – que compartilham narrações conosco: comédias, conquistas, derrotas, superação, amor, terror e aventura.
Às vezes somos coadjuvantes. Podemos não ganhar o Oscar de melhores atores secundários, mas compomos a trama. Outras incorporamos o parceiro do xerife, do durão fora da lei ou até do amigo que se estrepa e topa tudo para ver o objetivo alcançado. Também somos narradores das histórias alheias, sendo participantes, mais que coadjuvantes. Contamos nossa própria história nas histórias dos próximos.
Nossa própria narração segue o mesmo padrão, perpetuada por nós e pelos que importam. Também vem as distorções, mentiras e invenções sobre nós, quase sempre por alguém que está na nossa narrativa, mas não assume ou não concorda com os desfechos.
No fim, o que nos prende aos lugares são mesmo as pessoas. Nem sempre lugares fixos, mas espaços criados, instituídos, formados. As pessoas, mesmo espalhadas, regam as nossas raízes. As raízes certas, as pessoas certas, no momento propício para a germinação, renovação, floração.