Jacqueline Macou/Pixabay
A tragédia do sul do país, como tantas outras catástrofes e acidentes que ocorrem, nos fazem refletir sobre o que verdadeiramente importa na vida. É muito triste ver as imagens da lama, do caos, das mortes. Pessoa que, num piscar de olhos, não tiveram escolha a não ser deixar para trás tudo que construíram a vida inteira.
Outro dia, um grande amigo perdeu a casa em um incêndio. Ninguém ficou ferido, mas pelo que relatou não sobrou nada de material. Mal consigo imaginar o impacto e o trauma disso na história de alguém. Esses são alguns fatos em meio a tantos outros semelhantes.
No dia a dia, tarefas rotineiras como aquela ida à padaria nunca mais será a mesma. As pessoas buscam mais que um alimento para o corpo, mas sobretudo um alimento para a alma. Algo simples e simbólico, como um pão diário que sacia e traz conforto, e ao mesmo tempo acessível a todos.
O preço desse ‘pão’, muitas vezes, vai além das forças iniciais que alguém possa ter. Mais do que algumas moedas, alimentar a alma e se reconstruir requer muita força, colaboração e união. É preciso dar as mãos a desconhecidos que nessa trajetória se tornaram porto seguro. Ocupar espaços até então obsoletos, e dividir o pão do dia a dia com desconhecidos. Um acolhimento difícil, mas possível. O preço do pão é o calor de um abraço, um sorriso tímido, um cantarolar das crianças. É, em meio à tristeza, poder esboçar um sorriso triste, na certeza de que tudo passa – e vai passar -, e dias melhores virão.