Mabel Amber (Pixabay).
Aqui no prédio em que moro tenta-se separar o lixo entre recicláveis e não-recicláveis. Eu digo que é uma tentativa porque claramente tem pessoas que não se esforçam para tal, outras separam e na hora de jogar foram colocam nas latas erradas, dentre tantos outros fatos. Reconheço o esforço da síndica, que inclusive fez daqui um ponto de separação de tampinhas para um projeto de castração de cães e gatos, e destinou um espaço para colocarmos doações em geral.
Volta e meia deixo doações, como também já peguei (livros, no caso). Esses tempos atrás tinham muitas caixas de livros antigos e papéis amarelados lá embaixo, acho que era da pessoa que morreu recentemente. Vendo por cima havia papéis datilografados, tinta cinza, alguns impressos naquele papel fino que tem a lateral destacável, com furos. Achei um livro com o título “Enciclopédia da mulher no lar”, peguei e devolvi dias depois ao encontrar uma traça. apesar dessa enciclopédia ser de 1994 me senti, no mínimo, na década de 1950 lendo ela. Tinha orientações que envolvem o lar, de fato, mas também comportamento adequado da mulher. Machista? Nem um pouco…
O nosso lixo revela muito sobre nós, eu diria que dá pra conhecer alguém observando o lixo que ela produz. Condição econômica, marcas preferidas e um pouco da personalidade, tíquetes de estacionamentos e cupons de supermercado. Pela comida podemos descobrir, por exemplo, se é alguém que consome muito café, se desperdiça verduras, se corta a cenoura até o talo e usa as cascas da batata – ou, ainda, se não come legumes. O nosso lixo faz parte da nossa vida, por isso devemos ter cuidado com ele e em como escolhemos descartar as coisas. Afinal, ele é nosso.