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Chega mais

Entrei no mercadinho e me teletransportei para os anos 1990

13 de julho de 2020
Chega mais

Crédito: Denis Doukhan (Pixabay)

Entrei no mercadinho e me teletransportei para os anos 1990. Chega Mais, mercadinho da Vila Nova, tem aqueles caixas antigos de supermercado, com a superfície de alumínio e a lateral branca com listras azuis. O chão era um piso antigo, da época em que a moda era cor marrom. O dono do mercadinho que está lá há uns 40 anos é quem  fica atrás do caixa.

A Coca-Cola em lata custa (na última vez que fui lá) R$ 2,50 e fazia uma combinação perfeita com aqueles sacos gigantes de petas caseiras. Caneta avulsa, folha pautada, caderninho de brochura. Creme Kolene, pasta dental Sorriso, escova de dente avulsa, daquelas que ficam expostas numa caixa como pirulitos. Falando nisso, havia muitos pirulitos, tipos e cores variadas, daqueles que deixam a língua azul ou rocha. E tinha muitos doces, bananinha, doce de leite, cocadinha, rapadurinha, aqueles industrializados com muito, muito açúcar.

A calculadora é daquelas grandes, que facilitam a leitura. E ainda é possível comprar fiado se você for conhecido do dono. Ele tem um caderninho daqueles bem simples, folhas já dobradas na ponta, em que anota o consumo com uma caneta Bic azul, cada cliente uma página. Não fui até os fundos do mercadinho, nem encontrei pente Flamengo pela minha rápida visita. Mas fiquei com vontade de voltar e comprar lá, os preços são acessíveis. Chega Mais é um convite para o passado no presente, e mais: sem a glamourização dos mercadinhos de bairro.

 

 

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Kalyne Menezes

Sou fundadora, diretora e coordenadora geral do Antes do Ponto Final. Jornalista, escritora e pesquisadora. Gosto de escrever, falo no podcast e apareço no vídeo para contar histórias de pessoas e lugares, de diferentes maneiras. Também gosto de ir atrás das relações entre Comunicação, Informação, Cultura, Cidadania e pessoas com foco no que é social e coletivo.

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