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Caminhos

31 de agosto de 2024
Caminhos

As vezes a gente só tem um caminho de ida, um só trajeto, para chegar a um destino. Já aconteceu comigo, indo de um ponto a outro da cidade, não consegui sair muito do trajeto padrão. Porque tem pontos desse caminho que não dá pra não passar. Eles são obrigatórios, como uma sina. E assim é na vida também, muitas vezes a gente não tem como fugir da encruzilhada, do engarrafamento, do trânsito.

A gente tem que passar por certas situações, naquele trajeto todo. Porque o destino requer isso. Ele na verdade impõe. E a gente só tem que ter paciência, sabendo que, de um jeito ou de outro, aquele ponto de tensão vai passar. Com o passar dos dias, seguindo o mesmo trajeto, já sei identificar exatamente quais os pontos do caminho de maior tensão. E, se pego alguns motoristas de Uber diferentes, todos eles tentam, em vão, alterar a rota ou acelerar sem sucesso. Eu não me esquento, pois é preciso ter paciência. Nem mais, nem menos: chegarei no tempo exatamente previsto.

Mas sabe o que é interessante? É que na volta do caminho, nem sempre é assim. Já peguei vários caminhos, totalmente diferentes entre si, que me levaram ao mesmo lugar. Às vezes, passamos por algumas situações que temos que passar, mas o retorno, a volta, a saída, encontramos mais de uma opção. Na jornada pessoal também. Quantas vezes entramos em determinadas situações, e se olharmos bem conseguimos sair delas pelo caminho nem sempre tão óbvio. Por outra rota, muito diferente da que nos levou para aquele destino.

É preciso ter um olhar atento para enxergar essas oportunidades de trajeto, mas as vezes, só o que precisamos é ‘ir indo mesmo’, descobrindo novas rotas e novos caminhos, todos os dias. E naqueles mais difíceis, relembrar: nem sempre o caminho que nos levou vai nos tirar de lá, mas é também pode ser uma possibilidade redesenhada.

Kalyne Menezes

Sou fundadora, diretora e coordenadora geral do Antes do Ponto Final. Jornalista, escritora e pesquisadora. Gosto de escrever, falo no podcast e apareço no vídeo para contar histórias de pessoas e lugares, de diferentes maneiras. Também gosto de ir atrás das relações entre Comunicação, Informação, Cultura, Cidadania e pessoas com foco no que é social e coletivo.

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