“Fui no mercado, volto já”, dizia o bilhete deixado em cima da bancada. Ele olhou aquela letra cheia de garranchos e deu um sorriso canto de boca. Decidiu tomar um banho e descansar um pouco enquanto pensava o que ia fazer para jantar. Colocou uma playlist de meditação para desacelerar a mente, acendeu uma vela porque gostava de iluminar ambientes e ficar à meia luz. Deitou na cama e ficou vendo as notícias do dia e outras besteira no celular.
A porta abriu, “cheguei”. Lucas carregava duas sacolas de compras, verduras, farinha de trigo, carne e outras coisas. Era uma torta especial que pensou em fazer, mesmo morando em um lugar pequeno onde praticamente o cheiro do que cozinha entra em todos os cômodos. Não importava, ele queria agradar José que teve um dia puxado de trabalho e quase sempre era quem também cuidava da casa.
Lucas temperou a carne com alho, sal, coentro. Fritou bem a cebola e colocou as verduras picadinhas para refogar. Usou outros temperos e ingredientes, e levou a torta no forno. Enquanto isso, sentado na mesa com Zé, tomou um vinho guardado para ocasiões especiais. A torta saiu, a mesa pequena estava posta sob uma toalha bonita, com louças do dia a dia. Lucas colocou a torta na parte de cima do fogão, Zé e ele se serviram e sentaram à mesa. Olhares trocados, sorrisos largos, mãos encostando uma na outra. A mesa estava completa.