2020. Que ano difícil de narrar. Comecei o ano sem nenhum plano, porque eu havia decidido não fazer listas. Mesmo assim, muitas coisas estavam em curso, expectativas cotidianas. Depois de entrar o ano em paz, iniciar novos projetos, a notícia sobre o novo vírus caiu como uma bomba em nós. O desconhecido se mostrava – e ainda se mostra – na nossa frente sem nenhum tipo de manual.
Os projetos seguiram, afinal tinham prazos, mas foram realizados num contexto de muita pressão, incerteza, alvoroço. Nesse ínterim o vírus chegou na minha família e amigos, de todas as maneiras: assintomático, sintomático e fatal. Com ele aprendi a ser mais paciente, aproveitar mais o tempo com minha família, fazer as coisas com mais calma. E quando achei que já tinha lançado mão de compromissos e projetos que podem ser realizados em outro momento (ou nunca serem realizados), descobri que sempre há mais coisas das quais podemos abandonar, abrir mão, mesmo que por um tempo.
Passei o ano todo com praticamente uma mala pequena, que mesmo sendo limitada tem sido suficiente para a temporada longe de casa. Não tenho saudades da minha casa todos os dias, mas em alguns momentos sinro falta da liberdade que Só quem mora sozinha entende. Mas, por ora, é bom estar acompanhada de quem amo. Os dias se tornaram mais preciosos
Relações colocadas na mesa, escancaradas. Algumas se solidificaram, outras 2020 reteu na peneira. E o ciclo se renova, sempre, a gente querendo ou não. A vida se renova. 2020 me pegou de jeito, ainda vai seguir pegajoso por um tempo após a virada de ano. Sabe como é, feito uma lembrança ruim que te acompanha por um tempo. Mas ela passa, tudo passa. Vacina pra 2021, muita saúde e criatividade pra nós!