Ilustração de tatus, do livro Bolon.
O projeto de extensão Reativar: Agroecologias e Interculturalidades, da Universidade Federal de Goiás (UFG), lançou a Coleção Reativar de e-books. O projeto é inovador ao trazer livros ficcionais sobre educação ambiental, com o objetivo de divulgar as descobertas científicas da área de uma forma mais lúdica e estimulante para estudantes da rede pública de ensino.
Na página da coleção, você pode acessar os e-books O Giro de Bolon: História Ambiental para Grandes Crianças e Pequenos Adultos e O Verde de Minha Roça Vem de Marte: Aventura Socioambiental no Lado Mais Escuro da Terra. Ambos contam com a autoria de Alexandre Martins de Araújo, professor da Faculdade de História (FH/UFG) e ilustrações Sabrina Costa Braga.
O professor explica que a ideia surgiu como um desafio, ao reunir a escrita científica com uma linguagem narrativa ficcional. “Uma imensidão de pessoas não acadêmicas perde a oportunidade de alcançar a compreensão acerca de importantes fenômenos socioambientais que as atingem muito diretamente em seu dia a dia”, destaca.
O enredo das obras são carregados com análises críticas socioambientais. O professor Alexandre destaca a necessidade de se valorizar os conhecimentos tradicionais para preservar tanto a natureza, quanto ao conhecimento popular de um povo como todo. “Os conhecimentos agroecológicos tradicionais não nos informam apenas sobre como, onde e o que plantar, nos ensina também sobre a existência de uma diversidade de outras maneiras de ver e viver o mundo”.
Alexandre, que já havia publicado anteriormente o livro A Odisseia de um Jatobá revela que há mais uma obra em desenvolvimento para a Coleção Reativar.
Projeto Reativar
O projeto de extensão Reativar: Agroecologias e Interculturalidades, muito além da produção dos livros, tem como objetivo trazer reflexões e ações a respeito da “autonomia das unidades domésticas, soberania alimentar e nutricional e promoção da diversidade cultural e ecológica”. Isso se dá por meio da interação entre professores e estudantes da Rede de Estudos, Atividades Ambientais e Resiliências (Reativar/UFG), da FH/UFG, do Centro Primavesi de Agroecologia (CEPA) da Escola de Agronomia, do Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena da Faculdade de Letras e de moradores de setores periféricos da grande Goiânia em situação de vulnerabilidade social.
“O Projeto Reativar possui uma abrangência e relevância ao recriar práticas agrícolas tradicionais no espaço dos moradores”, explica Lucilene Sousa, Pró-Reitora de Extensão e Cultura da UFG. Ela ainda afirma que os livros serão distribuídos em escolas, assim que a pandemia acabar e completa: “Isso mostra a relevância de toda e qualquer das ações de extensão da universidade, ao levar o conhecimento científico para a comunidade externa com suas ações e transforma junto com a comunidade”.
Na introdução da página da Coleção Reativar, a própria Pró-Reitora destaca o objetivo de se criar “uma ciência capaz de construir conhecimentos que transformem o mundo por meio de um verdadeiro diálogo entre vozes que emergem de diferentes experiências territórios e de grupos acadêmicos engajados na luta pela construção de práticas alimentares saudáveis, social, econômica e ambientalmente sustentáveis, e que resguardem os direitos dos sujeitos envolvidos”.
No capítulo “Bate-Papo com o professor”, que serve como uma introdução para o e-book O Giro de Bolon, o professor e autor Alexandre revela que abordar “a dimensão atual dos problemas que emergem das interações entre seres humanos e ambiente e as questões adaptativas que delas decorrem”, é uma proposta do livro, corroborando com a ideia do projeto Reativar.
A produção dos livros se baseia em 20 anos de desenvolvimento de pesquisas para reconhecer terras quilombolas, práticas e usos de plantas do Cerrado para curas; estudos sobre os processos geradores de impactos socioambientais em áreas de projetos florestais para plantação de eucalipto e elaboração de relatórios técnicos de identificação e delimitação (RTID) de terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos.
Fonte: Augusto Araújo/Secom-UFG