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Hermanos

6 de setembro de 2020
Hermanos

Euligio Baez, um líder Warao da Venezuela, com sua família em Boa Vista, no Brasil. Foto: ACNUR (retirada do site das Nações Unidas Brasil)

Tem sido mais rotineiro ver nas ruas de Goiânia – e do interior de Goiás – venezuelanos que vieram buscar asilo político no Brasil é uma chance de recomeçar. Perto de casa vejo mais comumente adolescentes que andam juntos e famílias com muitas crianças. Todos na rua olham para eles, o que é inevitável porque todo mundo olha o que é diferente. Eles tem cabelos bem lisos, pele avermelhada, alguns têm cortes indígenas e gostam de roupas bem coloridas.

Infelizmente, ainda há quem pense que eles estão roubando nossos empregos ou se apropriando do país como padrões ou usurpadores. Há até quem justifique isso por meios econômicos, mas o que está em jogo é que é isso que boa parte dos afortunados do país deseja que pensemos. A política internacional para imigrantes no Brasil não é impagável a de outros países, nem por isso é boa ou ruim. Antessala e xenofóbica, embora boa parte dos brasileiros seja.

E, lembrando dos tribalistas cantando diáspora, e de tantos estudos – e teorias e práticas – sobre imigração, percebo que ainda temos muito a caminhar nesse sentido. Para os que falam de religião, ciência ou mudanças, os grandes líderes sempre defenderam o acolhimento. E acho que é isso que tem faltado no mundo: mais amor, mais acolhimento, mais humanidade.

Kalyne Menezes

Sou fundadora, diretora e coordenadora geral do Antes do Ponto Final. Jornalista, escritora e pesquisadora. Gosto de escrever, falo no podcast e apareço no vídeo para contar histórias de pessoas e lugares, de diferentes maneiras. Também gosto de ir atrás das relações entre Comunicação, Informação, Cultura, Cidadania e pessoas com foco no que é social e coletivo.

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