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Projeto Espirais de Experiências traz a Goiânia profissionais de referência, para formação gratuita de 30 artistas, professores e pesquisadores das artes

26 de abril de 2022
Projeto Espirais de Experiências traz a Goiânia profissionais de referência, para formação gratuita de 30 artistas, professores e pesquisadores das artes

A imagem das espirais é uma pista sobre como foram pensadas as interações e trocas propostas por esse projeto. Uma formação sobre o movimento, que provoca relações com o espaço, conectando pessoas, tempos e espaços, e na qual camadas vão se sobrepondo e se entrelaçando. As inscrições terão início em 20 de abril e seguem até 1º de maio, pelo site www.espiraisdeexperiencias.com.br.

O programa de formação é composto por 3 momentos distintos: um curso em 3 módulos (17 de maio a 04 de junho), com 30 vagas; 3 palestras dançadas (18, 24 e 31 de maio) e um seminário (07 a 09 de julho), ambos com mais vagas, além das 30 disponibilizadas para o curso. Quem participar de todas as etapas, receberá um certificado de 80 horas/aula, mas é possível assistir somente às palestras dançadas (sem certificação) ou participar somente do seminário de encerramento (com certificação). As atividades do projeto acontecerão de forma presencial e também virtual. O projeto Espirais de Experiências foi contemplado pelo Edital de Fomento à Dança do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2017. Todas as atividades de formação contarão com acessibilidade em Libras.

Segundo suas realizadoras e formadoras residentes, Elisa Abrão, Renata Bastos e Warla Paiva, o objetivo do “Espirais de Experiências” é contribuir com artistas e professores de dança, em formação e/ou que já estejam atuando no estado de Goiás, e que anseiam por capacitação pautada na experimentação de saberes somáticos, para a produção da cena contemporânea em dança.

A importância deste curso, para Goiás, está justamente no fato de que esses são conhecimentos de grande relevância para a formação artística e pedagógica em dança, e que vêm ganhando bastante abrangência no contexto contemporâneo, ao mesmo tempo que são saberes de difícil acesso, por serem formações onerosas e que ocorrem, em sua maioria, fora da nossa região e país.

O projeto é composto por três momentos distintos: o primeiro, três módulos sequenciais, em que serão trabalhadas proposições com ênfase no Sistema Laban/Bartenieff, em diálogo com saberes das facilitadoras residentes  e convidadas. O segundo momento, serão as 3 palestras dançadas, que acontecerão online, com as três facilitadoras convidadas: Ana Bevilaqua (Faculdade Angel Vianna/RJ); Bruna Fiuza (RJ); e Ciane Fernandes (Universidade Federal da Bahia/Salvador). O terceiro momento será um encontro/seminário com pesquisadoras que trabalham com dança em diferentes perspectivas somáticas, como o Body-Mind Centering (BMC), Body Mind Movement (BMM), Sistema Laban/Bartenieff, Rolfing, Ideokinesis, Movimento Autêntico e Ginástica Holística.

Público-alvo

Podem se inscrever professores e artistas da dança, mas também pessoas de outras áreas artísticas e pedagógicas, com e sem deficiência, que tenham mais de 16 anos, e que tenham ou não experiências em práticas somáticas e dança.

Os participantes poderão escolher participar da formação completa (curso + palestras dançadas + seminário – totalizando 80 horas de formação) e/ou participar do seminário (totalizando 20 horas de formação), ambos certificados. Também será possível participar de três palestras dançadas (sem certificação).

Haverá 15 vagas presenciais, com encontros que acontecerão no Centro Cultural da UFG (CCUFG) e Faculdade de Educação Física e Dança da UFG e, simultaneamente, 15 vagas online, via plataforma Zoom.

 

Do que se trata uma formação somática?

De acordo com as realizadoras, a somática, no caso do trabalho que será desenvolvido ao longo desse programa de formação, abrangerá sistemas de estudos e práticas conhecidos como Laban/Bartenieff, Body-Mind Centering (BMC), Movimento Autêntico, Ginástica Holística, entre outros que serão abordados ao longo dos encontros presenciais e virtuais.

Ao explicar um pouco mais as abordagens deste projeto de formação, a professora Elisa Abrão comenta: “A somática, na história, passa por diversas atualizações, ao ponto de que, frequentemente, é utilizada a palavra no plural, Somáticas, valorizando a diversidade de práticas que esse conceito abrange. Na dança, ela vem se tornando uma investigação do corpo vivo, que acolhe as singularidades de cada pessoa, se transformando a partir das experiências vividas por quem a pratica. É um abrir espaço para si mesmo, não para saber, mas para ser/sendo.”

E complementa: “Esta será uma uma formação em movimento, que proporá relações com o espaço, conectando com quem e o que nos cerca. Formação que pretende ser desdobrada pelas experiências e gestos dos participantes que a encharcam com seus mundos e singularidades. As práticas transitarão por discussões, demonstrações, exposição e experimentação de conceitos, assim como, apreciações artísticas de pesquisas desenvolvidas pelas artistas facilitadoras residentes e convidadas. Haverá espaços/tempos de diálogo e fomento das pesquisas artístico-pedagógicas desenvolvidas pelos participantes cursistas da formação.”

 

SERVIÇO:

 

PROGRAMA DE FORMAÇÃO ESPIRAIS DE EXPERIÊNCIAS:  SABERES SOMÁTICOS E A DANÇA NA CENA CONTEMPORÂNEA (Curso, palestras dançadas e seminário)

 

Inscrições gratuitas para o curso e palestras dançadas:

de 20/04 até 01/05 de 2022

Pelo site: www.espiraisdeexperiencias.com.br

 

Datas do curso: 17 de maio a 04 de junho de 2022

 

15 vagas presenciais

15 vagas virtuais (Via Plataforma Zoom)

Duração: 60 horas/aula

 

Datas e horários das palestras dançadas:

 

18 de maio – 4ª feira

Das 15h às 17h30 / das 17h30 às 20h

Com Ciane Fernandes (UFBA)

 

24 de maio – 3ª feira

Das 17h30 às 19h30 – Com Bruna Fiuza (2h)

 

31 de maio – 3ª feira

Das 17h30 às 19h30 – com Ana Bevilaqua (2h)

 

Datas do seminário:

07 a 09 de julho de 2022

Inscrições: (serão abertas após o término do curso)

 

MAIS INFORMAÇÕES:

 

SOBRE AS PESQUISADORAS CONVIDADAS E SUA IMPORTÂNCIA NA DANÇA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA?

 Ciane Fernandes é professora titular da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia e uma das fundadoras do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas desta universidade; professora também do Programa de Pós-Graduação em Dança da UFBA; mestre e Ph.D. em Artes & Humanidades para Intérpretes das Artes Cênicas pela New York University (1992 e 1995); pós-doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA (2010) e Analista de Movimento pelo Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies (1994), de onde é pesquisadora associada. Autora de várias publicações, palestras performativas e imersões no Brasil e no exterior, inclusive com membros do Coletivo A-FETO de Dança-Teatro, o qual fundou e dirige desde 1997. Desde 2008, tem enfocado a Somática e os Estudos de Movimento Laban/Bartenieff aplicados à Prática Artística como Pesquisa, no contexto da performance em campo expandido, em especial da ecoperformance em ambientes aquáticos, em diálogo com a diversidade e a deficiência. Neste campo temático, desenvolveu a Abordagem Somático-Performativa e a Imersão como Pesquisa.

Bruna Fiuza é formada em Licenciatura em Dança na Faculdade Angel Vianna – RJ; CMA Certified Movement Analysis pelo Institute Laban/Bartenieff of Movement Studies – NY; e graduada em Fisioterapia pela IBMR-Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação RJ.

Ana Bevilaqua é bailarina e atriz, Mestre em Teatro pela Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio). Trabalha há mais de 30 anos com a Cia. Regina Miranda e Atores Bailarinos do Rio de Janeiro tendo participado de diversos espetáculos e atuado em vários projetos educativos e de formação levados pela cia. Cursou o Laban Centre for Movement and Dance em Londres (1990) e o Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies, em Nova Iorque, onde, em 2008 completou o Certificate Program, curso de especialização em Sistema Laban. Colaborou como bailarina convidada e ensaiadora da Os Dois Cia. de Dança, dirigida por Giselda Fernandes e Hilton Berredo. Trabalha igualmente em preparação corporal e direção de movimento para teatro, já tendo colaborado com diretores como João Fonseca, Delson Antunes, Walter Lima Jr. e grupos como a Armazém Cia. de Teatro e Os Fodidos Privilegiados. Faz parte do corpo docente da Faculdade Angel Vianna (FAV), desde 2006, onde ministra aulas na Graduação e na Pós-Graduação. Atualmente é coordenadora dos cursos de graduação da FAV e da pós-graduação em Sistema Laban/Bartenieff nesta mesma instituição.

 

As facilitadoras residentes e idealizadoras do projeto:

Elisa Abrão é professora, artista e pesquisadora da dança. Professora efetiva do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Goiás. Responsável pelas disciplinas relacionadas à improvisação, pesquisa de movimento e abordagens somáticas. No momento está finalizando seu doutorado no Programa de Artes da Cena na Unicamp. Especialista no Sistema Laban/Bartenieff pela Faculdade Angel Vianna – vinculado ao Centro Laban/RJ e com equivalência internacional pelo LIMS/NY. É Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina com a dissertação intitulada O Corpo In’perfeito: o Cena 11 e as relações entre arte, ciência e tecnologia (2007). Trabalhou como professora efetiva no curso de Arte-Educação da Universidade do Centro-Oeste no Estado do Paraná no período de 2008 a 2010. Participou de coletivos de pesquisa em dança nas cidades de Curitiba, Florianópolis, Guarapuava, Goiânia e Campinas. Atualmente, dedica-se a pesquisar o que intitula de silêncio do movimento, o faz a partir de sua experiência pessoal de ter sido acometida por AVC e de conversas com outras artistas que passaram pela mesma experiência. Pesquisa na qual investiga e revisita práticas e conceitos de dança com que trabalha, revisita seu corpo e percebe/vive sua dimensão deficiente. Produziu os vídeos do espetáculo Rubro (premiado pelo edital Klauss Vianna, 2011) e a videoinstalação Ruborizando (2012). Produziu os vídeo-danças Guttae (2011), Rosas do Cerrado (2013), Clausura Azul (2013). Dirigiu os vídeo-dança ÉJÈ (2014) e Elas Florescem (2016). Fez a direção audiovisual do espetáculo virtual Tranbordar (2020). Realizou performances intituladas Abacaxis Coletivos (2016), Perfurações (2015), Vaca Parida (2016), Explosões cotidianas (2017), Poema dos Esforços silenciosos (2018/2019), As vantagens de ser mulher (2018), Talvez (2019) e participou do espetáculo Cascando (2016).

Renata Bastos é professora, pesquisadora e artista da dança. Doutoranda em Performances Culturais (PPGPC/FCS – UFG). Mestre em Educação Física pela Unicamp (2013) e Especialista no Sistema Laban/Bartenieff pela Faculdade Angel Vianna (2018). Atualmente atua como docente no Instituto Federal de Goiás (IFG), onde atua no Ensino Técnico Integrado ao Ensino Médio e no curso de Licenciatura em Música. Coordenadora do GruDanTe – Grupo de Dança-Teatro do IFG. Membro do Núcleo de Pesquisa e Investigação Cênica Coletivo 22 (NuPICC).

Warla Paiva é mãe, artista-performer, professora e pesquisadora da arte do movimento e das manifestações afro-ameríndias, capoeirista de angola do Grupo Angoleiro Sim Sinhô, desde 2012 e perpassa por idas e vindas junto ao movimento da improvisação em dança e do contato-improvisação. Tem formação em Educação Física – UFG (2004), Especialista em Pedagogias da Dança – Ceafi/Puc-Goiás (2009) e no Sistema Laban/Bartenieff – Faculdade Angel Viana – RJ, vinculada ao Centro Laban- RJ (2016 – em processo de finalização). Fez mestrado em Performances Culturais – UFG (2012-2015) desenvolvendo a pesquisa intitulada Maria Duschenes: teias de saberes e encontros. Duschenes foi uma das mulheres que partilharam os saberes labanianos, no Brasil. Tem experiência na relação entre dança para pessoas com e sem deficiência pois atuou no Centro Especial Elysio Campus (2015 e 2019) e produziu, junto com Alessandra Terra e Letícia Reis o projeto Danceability em Cena: exploração na diversidade (2015). É professora do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte/SEDUC-Go, desde 2006. Compôs, como dançarina, pesquisadora e preparadora corporal, o Laboratório de Poéticas Corporais e Tecnologia e Grupo de Estudos em Dança Acessos ao Movimento – UFG, juntamente com Elisa Abrão (2012-2017). Atualmente compõe o Núcleo Coletivo 22 desenvolvendo pesquisas dentro de uma perspectiva afroameríndia. Participou de residências artísticas, tais como: Conexão Samambaia – Goiânia, Ressonâncias da Dança – Alto Paraíso de Goiás e o Dança em Redes – Goiânia. Produziu trabalhos artísticos como: videodança Grãos de Areia (2022) e Videodança Rosas do Cerrado (2014). Participou, como componente do Coletivo 22 do videodanca Afoxé no Quintal (2022), Produziu a Obra comentada Olhares em construção (2021), Participou da performance Mulheres – GET/Ciranda da Arte (2019), fez a preparação corporal do espetáculo Noite dos Assassinos do Grupo Maskara (2019), participou do videoarte Silêncio e Som (2018), da Performance Resiliência (2018) e do Espetáculo Cascando Becket – Grupo Maskara (2016), Co-dirigiu os espetáculos Mãos que contam histórias (2015) e Ser no Mundo Ser Surdo (2019), ambos espetáculos realizados com os estudantes surdos do Centro Especial Elysio Campos.

 

Texto: Nádia Junqueira | Ana Paula Mota
Fotos: Divulgação.

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