Triste é saber que alguém partiu tão cedo, antes de um abraço ao menos. Apesar de acreditar que não dá pra se despedir de quem gostamos, jamais. Desde ontem estava apreensiva por saber que um amigo da adolescência, que estava em estado grave de saúde, ficou em estado gravíssimo. Hoje recebi a mensagem que ele se fora. Cedo demais, novo demais, vida demais. E tem hora certa pra isso?
A lembrança que tenho de Ton é suave, leve, uma risada gostosa, um andar desapressado… Nos conhecemos no inglês, voltávamos juntos e ele sempre andava mais para me deixar em casa. “Não, é caminho para a minha casa”, dizia achando que eu acreditava. A gente andava distraído e mal prestava atenção no caminho. Um dia quase fomos atingidos por um fio de alta tensão que caiu próximo à calçada. E sempre eram aquelas historias sobre o mundo, a vida. Íamos até escrever um livro, meio freudiano. Aquelas analises mirabolantes sobre a mente humana.
E a nossa imaginação ia longe. Ton, assim como eu, tinha muita imaginação, tinha vontade de desbravar o mundo, conhecer gente nova, sede de tudo. E ele foi. Eu também, destinos diferentes. Fiquei feliz por tudo que ele construiu, senti saudades sempre. Nos últimos anos não nos encontramos muito por desencontro de calendário, mas pretendia vê-lo este ano. E até hoje eu tenho a página da minha agenda do Greenpeace com suas mensagens e foto colada…Ton, uma nota musical que sempre vai tocar aqui dentro.
Texto escrito em 2014.
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