Tem dias que a gente acorda sem saber onde se quer ir. Sem saber se quer leite com achocolatado ou um café amargo. Se vai comer pizza ou um pão francês ao acordar. Ou se vai esperar o almoço, pois talvez esteja sem fome no café da manhã.
É uma inconstância, uma indecisão, uma confusão sem ter o porquê. Complicamos o fato, omitimos o desejo, escondemos a razão e nos enganamos sobre o que realmente pensamos ou sentimos. Não é que temos receio de nos mostrar, nos revelar, mas todos nós temos nossas proteções, nossos santos, nossas crenças e motivos construídos com base em superstições ou situações já vividas.
Não é que não saibamos o que queremos. Só não sabemos exatamente como queremos, a que tempo, a que hora. E, muitas vezes, é mais fácil ficar protegido de si mesmo. Tão fácil seria ser a gente mesmo, sem carregar o peso de sê-lo, o peso das coisas leves, naturais, tranquilas. É a nossa insustentável leveza do ser – um dos meus livros prediletos. E, assim, vamos sem direção ou , às vezes, uma estrada nem sempre tão clara. Vamos encontrando o caminho aos poucos, mesmo quando nos perdemos, mesmo sem saber que já estamos trilhando algo.
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